2º Já ouviste falar da hormona do bem-estar?

2º Já ouviste falar da hormona do bem-estar? Com Diana Silva, freelancer e mãe aos 23

Sonhou desde que era adolescente com o momento de trazer um bebé ao mundo, os planos não correram da forma que era “suposto”, o que torna a sua experiência ainda mais única. É com leveza que nos fala das decisões difíceis que tomou e a partilha da sua visão para uma vida com mais ocitocina – a hormona do amor.

Como descomplicar a vida e usar a visualização como uma forma de concretizar projetos e objetivos? É uma bela questão!

Se este podcast tem este rosto criativo é graças à capacidade da Diana Silva transformar ideias em imagens.  É por isso, um prazer ainda maior tê-la como convidada! É a “mãe criativa do Matias”, num jeito simples, sereno e descomplicado de viver a vida.

Sonhou desde que era adolescente com o momento de trazer um bebé ao mundo, os planos não correram da forma que era “suposto”, o que torna a sua experiência ainda mais única. É com leveza que nos fala das decisões difíceis que tomou e a partilha da sua visão para uma vida com mais ocitocina – a hormona do amor. 

Aprendemos com ela uma forma simples de visualização, uma técnica para indicarmos ao nosso cérebro quais são os nossos obetivos para o futuro para que ele ative todos os “radares” e assim nos permita estar atentos a todas as oportunidades para os concretizar.

A Diana é uma convidada especial porque tem uma história pouco vulgar. Ela sabia que queria ser mãe e que queria uma vida adulta quando ainda era adolescente. Isso fez com que a vida dela tivesse um rumo diferente do que aquilo que é o mais expectável, se é que se pode falar em expectável. Mas, às vezes, a sociedade assim faz com que tenhamos aquele peso nos ombros de sequenciar as etapas da nossa vida: ‘agora vai estudar mais para a universidade, depois arranja-se um trabalho e assim sucessivamente’.

Neste episódio, vamos quebrar estigmas e mostrar que há opções que podem ser diferentes.

Muito obrigada por estares aqui. Estou mesmo contente por começar este projeto e ter-te aqui ao meu lado!

É um orgulho ser a primeira entrevistada e não acho tanto assim que eu seja interessante, mas espero poder partilhar contigo e com todos algumas das minhas experiências. Também sou de 1991, portanto, também sou muito novinha.

Então, por falar em sermos novinhas, o que é que te passava pela cabeça para tu quereres ser mãe mais cedo?

Acho que é um sonho, um querer de menina. Acho que foi muito a minha educação, desde sempre. Os meus pais deram-me muita responsabilidade. Atenção, eles são super bons pais. Na altura, trabalhavam bastante para me uma boa vida.

Quando comecei a crescer, fui para a universidade, fiz tudo o que era suposto. Arranjei o meu primeiro trabalho e comecei a namorar. O meu querer ser mãe tornou-se mais possível na minha cabeça, e eu achava que estava muito estável e que era aquilo. Comecei a trabalhar numa gráfica que estava pertinho de casa, e então decidi ter um bebé com o meu companheiro. E agora já tem quatro anos. Entretanto as coisas não correram tão bem porque me separei do meu companheiro, mas o Matias é o meu compincha. É super bom ter um filho e conseguir acompanhá-lo. Não sou muito boa a brincar ou a fazer de conta, mas acho que eu consigo transmitir também a responsabilidade que os meus pais me passaram. Sou a mãe criativa do Matias.

Quando dizes que já eras independente nova, estamos a falar mais ou menos de que idade?

Eu tinha uns 12 ou 13 anos. Os meus pais eram bombeiros, e então eu passava muito tempo no quartel com eles e também fazia muita atividade voluntária. Nunca tive o bichinho de ser bombeira, acho que isso é demasiado para mim. Mas acabei por estimular partes dessa vertente. Quando fui para a universidade, não conseguia estar muito longe deles. Se calhar, sou mesmo uma pessoa de casa e de família, por isso, consegui ser mãe tão cedo.

Foi um pouco assustador no fim da gravidez quando percebi: ‘Ok, vou ter um filho, e tenho que ser o porto seguro dele, tal como os meus pais eram para mim.’ Até agora, tem corrido super bem. O Matias é um puto muito giro, loirinho, e acaba por também fazer de mim uma pessoa melhor, talvez mais verdadeira, porque nós temos que ter muito cuidado com os nossos filhos. Tento passar essa parte para ele.

Certamente que agora muita gente aqui está a fazer as contas. Que idade tinhas quando engravidaste e como é que foi a gravidez? O que é que tu consegues lembrar daquilo que te passava pela cabeça?

A gravidez foi um pouco difícil. Aliás, eu nem sei se alguma gravidez é fácil. Acho que consegui controlar e, por muitas vezes, não disse a ninguém porque pensava: “tu queres tanto, porque é que agora estás a pensar que não é isto?”. Mas tive a sorte de ter um filho super saudável e sinto muita gratidão enorme por ter conseguido tanto realizar o meu sonho, assim como agora conseguir educá-lo, o que é bastante difícil. Acho que é o trabalho mais difícil de todos.

Aliás, foi um dos motivos pelos quais troquei de emprego. Eu trabalhava numa agência e comecei a pensar que passava muito pouco tempo com Matias, até porque a realidade de hoje é que quando tu trabalhas, o pai trabalha, vários trabalham, tu tens que deixar o teu filho em algum lado, e ele é criado por outras pessoas durante 8 horas por dia. Portanto, essa parte que é muito frustrante para muita gente. Para mim, acabou por ser uma motivação para mudar de vida, e felizmente está a correr muito bem.

Quando tu me contaste a tua história, contaste de uma forma muito engraçada: “Ai, eu sempre quis ser mãe muito cedo, mas as coisas não me correram bem como eu estava à espera”. O que é que tu agora olhando para trás retiras de lição?

Quando tu tens 28 anos e percebes que a sociedade e a tua faixa etária viajam sem muitas limitações, tu pensas ‘se calhar se eu não tivesse um filho na minha vida, poderia ser um pouco diferente’. Até tenho questões mesmo de trabalho em que tu aceitar outras ofertas de emprego, mas é mais longe e para fora. Não é que o Matias seja um impedimento, mas acho que tenho que refletir bastante antes de tomar uma decisão. Se estou arrependida? Acho que não mudava nada. Gosto mesmo muito da vida que tenho. Acho que cada um tem o seu tempo, e se eu não tiver tempo para sair à noite agora, vou ter tempo quando ele tiver 20 anos e eu ainda for muito nova. Portanto, tudo se resolve, e eu sou muito feliz. Aproveito bem os meus momentos. Não mudava nada.

Esta sala está toda iluminada porque sempre que se fala em Matias, a Diana acende as luzes todas. É muito giro de ver. Agora, gostava de explorar um pouco o que é mais difícil em ser mãe. Tu começaste a ser mãe, tinhas 23 anos. Em termos de experiência de vida, ainda estamos muito no início. Como é que tu, em situações mais difíceis, conseguias jogar com a emoção e a razão?

Em relação à idade de ser mãe, na altura, acho que foi no fim da gravidez, estava no hospital para uma consulta. Estava super nervosa e acabei por desabafar com uma senhora que não conhecia de nenhum lugar. E ela, muito calmamente, vira-se para mim e disse: ‘Não te preocupes. Quando nasce um filho, nasce uma mãe.’ Mantive sempre essa frase na minha cabeça. E sim, às vezes há complicações, porque tu tens uma criança, és mãe de primeira viagem, não sabes nada e ele não vem com livro de instruções. Mas há coisas que ajudam.

Eu sou fã de uma revista australiana sobre família e comida, que é a Lunch Lady. Aconselho a toda a gente a ler.

Está em inglês?

Sim, em inglês, mas vale muito a pena.

Fala sobre o quê?

É sobre família, comida e resiliência. Sugere atividades para fazer com crianças ao ar livre e sou muito apologista disso. Eu e o Matias vamos sempre dar uma volta e apanhar ar. Porque as crianças hoje em dia infelizmente passam muito tempo fechadas.

E, claro, que li livros, fiz o que curso de preparação para o parto…

E o que retiraste daí? Partilha connosco três mensagens-chave.

Oxitocina é a palavra-chave. É a hormona da felicidade. Podes criar a tua própria oxitocina. Tens que ter pensamentos positivos. Isso aprende-se no curso de preparação para o parto, em que se ajuda na dilatação.

E confirmas que funciona?

O meu parto foi fantástico, foi super rápido, e eu acho que era mesmo por estar feliz e saber que ia correr bem. Acho que a palavra-chave é oxitocina, mas como em tudo na tua vida. Se estiveres sempre com pensamentos positivos, ajuda.

E como é que se tem pensamentos positivos? Como é que tu fazes? Às vezes não é fácil.

Claro que não, eu acho que até estou a passar uma fase negra de pensar que tudo é mau, mas não. Depois vejo luz em tudo.

Tens alguma técnica que possas partilhar? Há uma que partilhaste comigo que achei fantástica, não sei se queres partilhar aqui. Algo que tu fazes todas as noites, todas as manhãs, e que escreves.

Eu escrevo sempre sobre o dia, o que aconteceu e penso no que eu gostaria que estivesse a acontecer daqui a dois anos. Supostamente, se tu estimulares a tua mente ou se tu a moldares, as coisas, por um lado ou por outro, acabam por acontecer. Claro, eu penso todos os dias em ganhar o euromilhões e não acerto nos números! Mas penso sempre em coisas mais práticas, como: “daqui a dois anos, vou estar numa praia, a apanhar sol, o Matias e o Ali, que é o nosso cão, que eu ainda não tenho, mas é ter. Vão estar na água e eu vou estar a ler um livro.

Como é que tu começaste a fazer isso?

Eu não sabia disso, mas partilhei isso com uma pessoa amiga e ela disse-me mais sobre o mesmo método de visualização.

É algo que, neste momento, se tem descoberto cada vez mais, há cada vez mais estudos. Eu tenho lido algumas coisas. Tenho um conhecimento muito leve, mas o que tu fazes com a visualização é indicar ao teu cérebro o tipo de programas que queres que ele continuamente vá processando.

Uma das coisas que aprendi e que é muito interessante é que o nosso cérebro reforça sempre aquilo em que nós acreditamos. Então, um exemplo prático é imaginares que não gostas de uma determinada pessoa e a pessoa faz qualquer coisa. Tu pensas logo “estás a ver, estás a ver, eu sabia. O cérebro adora aquele sentimento de “eu tinha razão”. E se tu fizeres isso com coisas que queres que te aconteçam e estiveres constantemente a pensar e fizeres isso de uma forma consciente, estás a dizer à outra parte do teu cérebro: “eu quero que tudo o que tem a ver com este determinado tópico, tu tens que ter o radar ligado, apanha”. E é por isso que a visualização funciona, porque, como dás a dica ao teu cérebro, ele vai estar atento e vai captar. Por isso é que quando uma pessoa quer ir à Tailândia, parece que só aparecem coisas sobre a Tailândia.

Agora, infelizmente, com as redes sociais e isto já não é bem visualização, é mais “marketing agressivo”. Agora, a minha pergunta é: tens alguma dica que possas dar a alguém que quer ser freelancer?

Na área de design, que é a minha experiência, diria que a parte do portfólio online é muito importante, mas também a relação com o cliente é muito importante. E mesmo para ti, quando o aceitas um projeto, conseguires dizer que sim ou que não, se achas mesmo que és capaz de realizá-lo. Acho que é mesmo importante para gerir as expectativas do cliente.

Para terminar, qual é a coisa de que mais te orgulhas na tua vida?

Orgulho-me muito da minha família, tenho muita sorte na família que tenho, tenho muita sorte na família que estou a criar. E tenho muita sorte nas pessoas que me rodeiam. E é isso, orgulho-me muito das minhas pessoas.

Muito obrigada por teres aceitado este desafio. Fiquei muito contente por estarmos aqui a ter esta conversa. E no futuro, espero trazer-te de novo para nos falares daquele teu projeto que estavas a visualizar.

Se quiserem dar feedback, é mesmo importante. Adorava que partilhassem connosco o que acharam, o que melhorariam e se acharem que isto vai interessar a alguns dos vossos amigos, partilhem com eles da forma como quiserem.

E até o próximo episódio. Até breve!



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